Alto custo com logística internacional faz setor de comércio exterior
buscar alternativas tecnológicas para garantir integração e sincronismo
Otimização de processos é prioridade para profissionais do setor que
lideram movimento em prol da competitividade das empresas brasileiras
O setor de comércio exterior frequentemente enfrenta dificuldades de
comunicação e integração entre os participantes das cadeias de suprimentos
internacionais. O número de informações e dados necessários para a entrega de
cargas importadas e exportadas, desde a colocação de uma ordem de
compra até a
sua entrega, é extenso. Como o processo envolve diversas partes interessadas, o
principal desafio é acompanhar em tempo real todos os processos que envolvem o
faturamento, transporte e desembaraço da carga.
Segundo Christian Sandke, um dos idealizadores do Global Pipeline - um
movimento criado por empreendedores que pretende simplificar a forma de
realizar comércio exterior - o número de informações necessárias para liberação
pode chegar a mais de 250, se considerados todos os documentos, cotações,
comprovantes de pagamentos, prazos, conferências e entrada de dados nos sistemas
das indústrias, dos prestadores de serviços logísticos e do governo.
Coletar, tratar e repassar todas estas informações dentro dos prazos
necessários e sem erros é uma tarefa que exige atenção e sinergia de todos os
envolvidos. “Este é um
processo muito fragmentado, em média são de 5 ou 10 empresas trabalhando em
conjunto. Fazer com que todos estejam na mesma página e tenham as mesmas
prioridades nos momentos certos é um desafio”, aponta o consultor em Supply
Chain e conselheiro do movimento João Benedetto.
Na
maioria dos casos, o resultado desta comunicação falha e desalinhada são multas aplicadas por órgãos anuentes, custos
indesejados de armazenagem e sobrestadias de contêineres. Além de
atrasos que geram paradas de linhas de produção, perda de vendas, necessidade
de embarques urgentes e multas por descumprimento de contratos comerciais.
Para o
diretor da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Ruy
Martins, reunir as informações corretas e necessárias é um passo para garantir
competitividade. “Se você tem as informações à mão com facilidade consegue
melhorar sua produtividade e fazer mais movimentos com menos recursos,
administrar processos de forma mais eficiente e reduzir custos. Sem contar a
melhoria do serviço oferecido ao cliente, seja a linha de produção ou o
consumidor final”, destaca.
Global
Pipeline - Para criar um movimento que busca diminuir justamente os impactos
causados por falhas de comunicação, problemas burocráticos e até mesmo por
processos inconsistentes dentro e entre organizações, Mário Gorini, diretor da
Alivepro, criou a spin-off Global Pipeline, a partir de uma tecnologia
de automação de processos desenvolvida por sua empresa. A solução integrará
importadores, exportadores, freight forwarders, tradings e despachantes
aduaneiros.
Segundo o diretor Mário Gorini, o objetivo é que todas as empresas
envolvidas no processo de transporte de cargas internacionais consigam
compartilhar informações, acompanhar processos de compra, transporte e
liberação em um único ambiente: a plataforma tecnológica Global Pipeline.
A chegada deste movimento ajudará o país no atual momento econômico, com
um planejamento mais assertivo do processo de logística internacional,
incluindo prazos e requerimentos pré-definidos para cada etapa, minimizando
riscos. Na plataforma, alertas serão emitidos sempre que houver o atraso no
cumprimento de qualquer etapa e as empresas poderão replanejar suas atividades
de forma proativa. Diversos indicadores de desempenho envolvendo tempo, custos
e desvios serão obtidos, permitindo a solução de gargalos, a identificação de
oportunidades de aprimoramento das cadeias de suprimentos e melhor planejamento
das operações.
Para o vice-presidente da Craft Multimodal e conselheiro da Global
Pipeline, Bruno Crelier, o planejamento é o ponto chave para a eficiência da
logística internacional. “Com uma plataforma integradora à disposição,
processos padrão e medição do tempo real de cada etapa da importação ou
exportação, teremos mais assertividade, já que trabalharemos com números reais
coletados anonimamente dos usuários. Por exemplo, se a liberação de cargas em
um determinado porto está levando muito tempo, será possível optar por outros
portos que levam ao meu destino num tempo menor”, explica.
Os interessados em colaborar com o projeto ou até mesmo ter acesso ao
conteúdo disponibilizado podem acessar www.globalpipeline.com.br. No campo
“Inscreva-se”, é possível cadastrar o e-mail para receber todas as novidades em
primeira mão.
Fonte: Conteúdo
Empresarial – Mariana Benjamim
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