Diferente do que vem ocorrendo em outros portos do
Brasil, que vêm apresentando redução no volume de cargas, a expectativa é de
que o Porto do Pecém registre crescimento de 20% na movimentação de contêineres
neste ano, superando os 180 mil TEUs movimentados em 2015. Entre os fatores
para este crescimento está o início das operações dos novos guindastes da APM
Terminals, empresa do grupo dinamarquês Maersk que investiu R$ 100 milhões no
Porto do Pecém neste ano.
>Marinha ainda não liberou novos
berços do Pecém.
"O Porto do Pecém está na
contramão do País", afirma Ricardo Arten, diretor superintendente da APM
Terminals no Brasil. Apenas em junho, quando os dois novos guindastes do tipo
STS (Ship to
Shore), começaram a operar, ainda em fase de comissionamento, o
porto registrou um crescimento de 26% no volume movimentado, em comparação com
junho de 2015. Os equipamentos ainda estão em fase de testes e ajustes,
aguardando a liberação do berço 8, onde estão instalados.
>Aumenta produtividade
"Esses equipamentos são os
maiores que a gente tem em operação no Brasil. No mundo, temos alguns que são
um pouco maiores do que esses", diz Arten. "Queremos fazer com que a
produtividade saia do patamar de 25 contêineres por hora para uma média de 65 por
hora. Assim, em vez de descarregar um navio com 1 mil TEUs em 40 horas, você
pode diminuir esse tempo para menos de 20 horas, o que é bom para o
armador".
Com aproximadamente 87 metros de
altura e 1.600 toneladas, os guindastes torna o Porto do Pecém um dos únicos do
país com capacidade para operar navios de última geração (Ultra-Large
Containerships), com 400 metros de comprimento, 56 metros de largura, 15,2
metros de calado, que podem carregar até 18 mil TEUs. Os equipamentos operam
simultaneamente dois contêineres de 20 pés e um de 40 pés (unidade de medida
padrão). A capacidade do guindaste é de 65 toneladas para contêineres e 100
toneladas para operar cargas especiais.
>Investimentos
Além dos dois super-guindastes, o
investimento de R$ 100 milhões inclui 15 terminal tractors (para movimentação
interna de contêineres), e três empilhadeiras. "A gente faz operação de
outros tipos de cargas, e temos investimentos em vista para fazer, em carga
geral", disse Arten. No entanto, ele diz que novos investimentos dependem
do tipo de parceria que a Cearáportos, administradora do porto, fará com o
Porto de Roterdã.
"É preciso que a gente veja
o que vai acontecer", ele diz. "Se for uma parceria mais robusta, aí
será outra onda de investimentos, em um patamar um pouco mais diferenciado",
diz Arten. "Primeiramente, a nossa ideia é ter a melhor parceria com a
Cearáportos".
>Hub de contêineres do NE
O diretor superintendente da APM
Terminals trabalha com a perspectiva de que o Porto do Pecém se consolide como
um hub de cargas do Nordeste. "A visão que nós temos é que esse porto vai
ser o hub do Nordeste, acreditamos muito nisso. Hoje a gente já nota, que
coisas que eram descarregadas em Santos estão sendo descarregadas aqui no
Pecém. Já aumentou a quantidade de transbordo. Hoje o porto já tem tudo para
que seja considerado um hub. O que precisa agora é convencer os armadores para
utilizar o nosso porto".
Fonte: Diário do Nordeste
(CE)/Bruno Cabral
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